
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, confirmou nesta quinta-feira (3) que o inquérito das milícias digitais, que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, seguirá aberto. Segundo Barroso, a decisão de manter a investigação em curso foi motivada pelo surgimento de novos fatos que exigem aprofundamento das apurações.
A ideia era encerrar o inquérito. Havia esse entendimento com o ministro Alexandre de Moraes, mas "O problema são os fatos que se multiplicam e, portanto, levaram à prorrogação. Descobriram-se coisas novas", afirmou Barroso em entrevista ao C-Level Entrevista, videocast semanal da Folha de S.Paulo.
A prorrogação do inquérito havia sido antecipada pela *Folha* em junho, que informou que a apuração deve seguir pelo menos até 2026. O inquérito das milícias digitais foi aberto originalmente para investigar a atuação de grupos organizados em redes sociais que, supostamente, difundem desinformação, atacam instituições democráticas e promovem discursos de ódio.
Durante a entrevista, Barroso também comentou a atual tensão no meio político, afirmando que ela não decorre da investigação em si, mas sim do julgamento dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Questionado sobre a possibilidade de anistia aos envolvidos, o presidente do STF foi categórico: "Não se discute anistia antes de uma condenação".
A declaração de Barroso reforça a posição do Supremo em seguir com a responsabilização dos investigados nos casos ligados ao 8 de janeiro e à tentativa de ruptura institucional.
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