
A Polícia Civil do Piauí indiciou um porteiro do Hospital de Terapia Intensiva (HTI), localizado na zona Sul de Teresina, por importunação sexual. O acusado, identificado apenas pelas iniciais N. M. S., teria utilizado perfis falsos nas redes sociais para assediar ao menos três colegas de trabalho, enviando mensagens e conteúdos íntimos de teor sexual.
De acordo com as investigações conduzidas pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), o suspeito criou identidades fictícias em plataformas digitais com o intuito de manter contato com as vítimas de maneira anônima. Os relatos colhidos pelas autoridades apontam que as mensagens continham imagens íntimas e insinuações de cunho sexual, caracterizando o crime de importunação sexual, previsto no artigo 215-A do Código Penal Brasileiro.
As vítimas, todas funcionárias do HTI, procuraram a polícia após notarem um padrão de comportamento abusivo que, posteriormente, foi ligado ao porteiro por meio de rastreamento digital e perícia técnica. A delegada responsável pelo caso afirmou que as provas colhidas são "robustas e suficientes" para embasar o indiciamento.
Apesar das evidências, N. M. S. foi solto após decisão judicial que concedeu liberdade provisória, mediante o cumprimento de medidas cautelares, como o afastamento do ambiente hospitalar e a proibição de contato com as vítimas.
A direção do HTI informou, por meio de nota, que colabora com as investigações e que o colaborador foi afastado de suas funções assim que surgiram as primeiras denúncias. A unidade de saúde reafirmou o compromisso com a integridade de seus funcionários e declarou que repudia qualquer forma de assédio.
O caso segue sob análise do Ministério Público, que deverá decidir se oferece denúncia formal à Justiça. Enquanto isso, as vítimas recebem acompanhamento psicológico e jurídico.
A importunação sexual, tipificada como crime em 2018, é caracterizada por qualquer ato libidinoso sem consentimento da vítima, em espaços públicos ou privados, e prevê pena de 1 a 5 anos de reclusão.