Alergias: 70% das reações graves ocorrem quando as pessoas comem fora

Estudos apontam que 7 em cada 10 reações alérgicas graves ocorrem quando pessoas se alimentam fora de casa. Cerca de 8% da população tem alguma alergia alimentar. Segundo especialistas, os maiores causadores dessas alergias são: leite de vaca, ovo, amendoim, castanhas, peixes, crustáceos, soja, trigo e gergelim. 

Quem tem alergia alimentar passa por uma série de transtornos quando se alimenta fora de casa. A falta de equipes treinadas e de estrutura em bares e restaurantes para evitar a contaminação cruzada de alimentos estão os principais problemas. 

Na Semana Nacional de Conscientização sobre Alergia Alimentar, que vai até o próximo domingo (18), a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) traz informações para ajudar restaurantes a oferecer um atendimento mais seguro e acolhedor. Entre as dicas, estão usar utensílios exclusivos para preparar o prato do cliente alérgico, verificar rótulos para garantir que não contenham traços do alérgeno informado, montar o prato em uma área separada da cozinha para evitar contato com outros alimentos e revisar o prato para garantir que está livre de alérgenos.

A coordenadora do Departamento Científico de Alergia Alimentar da ASBAI, Jackeline Motta Franco, enumera algumas das causas para o surgimento da alergia, mas alerta que elas são multifatoriais e sempre ancoradas na genética:

"O parto cesárea, morar na zona urbana, não ter uma diversidade alimentar, não fazer aleitamento materno e retardar a introdução de alimentação complementar podem ser fatores que predispõem ao aparecimento. Mas uma única justificativa, nós não temos para que um tenha alergia alimentar e outro não. São fatores que, junto com uma genética propícia, podem favorecer o aparecimento da alergia alimentar", explica.

Alguns dos sintomas de alergia alimentar são placas vermelhas que coçam, inchaços de boca, olhos ou outras partes do corpo, náuseas, vômitos, diarreia e sangramentos nas fezes. O tratamento é baseado na retirada do alimento causador e, no caso de alimentos essenciais, como o leite e o ovo, é importante a sua substituição por outro que preencha as necessidades nutricionais do paciente.