
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga descontos indevidos em benefícios previdenciários do INSS aprovou, nesta terça-feira, a convocação para depoimento da esposa de Antônio Carlos Camilo, conhecido como “Careca do INSS”, além de sua esposa Tânia Carvalho dos Santos e do filho dele, Romeu Carvalho Antunes, ambos sócios em várias empresas ligadas às fraudes previdenciárias.
Outro investigado é o empresário Mauricio Camisotti, que prestaria depoimento à CPMI na próxima quinta-feira, mas uma decisão do ministro do STF, André Mendonça, deu a ele e ao “Careca do INSS” a possibilidade de escolherem se vão comparecer ou não perante ao colegiado. Os dois suspeitos das fraudes foram presos na última sexta-feira e são apontados pela Polícia Federal como peça-chave no esquema de fraudes envolvendo aposentadorias e pensões.
A decisão do ministro Mendonça irritou os parlamentares. O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana, do Podemos de Minas Gerais, quer que a decisão seja revista.
“Nós estamos pedindo que o ministro André Mendonça reveja a decisão de tornar facultativa a vinda de qualquer testemunha ou investigado a esta CPMI. A Constituição já garante o silêncio. As pessoas podem vir aqui e não querer falar, mas dar a elas o sim ou não em comparecer, a nosso ver, está contra e fora do que determina a lei das CPIs.”
Também foram aprovadas as convocações dos sócios Rubens Oliveira Costa e Milton Salvador, além da esposa de Mauricio Camisotti, Cecília Montalvão Queiroz e do advogado Nelson Williams; todos na condição de testemunhas.
O deputado Rogério Correia, do PT de Minas Gerais, destacou a necessidade de convocação dos suspeitos em razão da magnitude da organização criminosa e do prejuízo bilionário causado a milhões de segurados.
"Polícia Federal provou que, do que vinha do careca ia pro Camisotti, do Camisottipara esse advogado, e desse advogado a lavagem de dinheiro. Todo mundo viu que tinha de vinhos caríssimos, carros caríssimos, cópias de Ferrari"
Para o senador Jorge Seif, do PL de Santa Catarina, não se pode aceitar que nenhum parlamentar dentro da Comissão atue para blindar mal-feitores. E que é preciso investigar se há algum colega envolvido com “as mesadas que eram dadas por associações a políticos”.
“Eu peço que os colegas do parlamento não blindem esposa e nem filho, porque nós não estamos perseguindo família de ninguém, o que nós queremos aqui é que pessoas que estavam no contrato social do careca do INSS venham prestar esclarecimento.”
Com os novos requerimentos, as seis pessoas convocadas deverão depor como testemunhas, a partir desta quinta-feira às 9 horas da manhã. Segundo o senador Carlos Viana, caso não sejam localizadas, a polícia do Senado vai procura-los em todos os estados do país para que elas possam prestar os esclarecimentos à CPMI do INSS.
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