
Morreu na noite desta terça-feira (13), aos 98 anos, o médium e líder espírita Divaldo Pereira Franco. Ele estava internado na capital baiana desde o agravamento de problemas de saúde que enfrentava desde 2023, incluindo um câncer de bexiga diagnosticado em novembro do ano passado. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos, conforme informou a assessoria da Mansão do Caminho.
Nascido em Feira de Santana, Divaldo Franco construiu ao longo de décadas uma das trajetórias mais respeitadas dentro do espiritismo brasileiro, com reconhecimento internacional não apenas por sua atuação religiosa, mas, sobretudo, pelo seu trabalho social.
A principal marca de sua vida foi a Mansão do Caminho, centro fundado por ele no bairro de Pau da Lima, em Salvador. Mais do que um espaço espiritual, a instituição transformou-se em um complexo social com mais de 80 mil metros quadrados — equivalente a mais de dez campos de futebol. Lá funcionam hoje creches, escolas, cursos técnicos e de informática, panificadora, centro médico e outras iniciativas que atendem milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Em entrevistas, Divaldo sempre lembrava com emoção o início humilde do projeto. “Começamos com uma escola à sombra de uma mangueira. Arrumamos caixotes de cebola para fazer carteira e no quintal nós dávamos aula. Aí, nasceu esse ideal de educar”, recordou ele ao portal F5.
Referência no espiritismo kardecista, Divaldo também era conferencista internacional, tendo proferido palestras em mais de 70 países, além de ser autor de centenas de livros psicografados — muitos deles traduzidos para vários idiomas.
Com sua morte, o Brasil perde uma das figuras mais influentes do espiritismo moderno, mas o legado de solidariedade e compromisso com os mais necessitados segue vivo na obra que ele construiu ao longo de mais de sete décadas.
O velório será realizado na própria Mansão do Caminho, em Salvador, com previsão de cortejo aberto ao público. A data e horário do sepultamento ainda não foram divulgados.