A Usina Coruripe, uma das gigantes do setor sucroalcooleiro brasileiro, com faturamento bruto de R$ 4,55 bilhões na safra 2023/2024, está sendo denunciada por praticar assédio moral, intimidação e opressão contra seus trabalhadores rurais em Iturama/MG.
Desde que o Sindicato dos Trabalhadores Rurais anunciou a deflagração da greve — aprovada democraticamente com 453 votos favoráveis de um total de 671 — a direção da empresa iniciou uma campanha covarde para desmoralizar o movimento. Trabalhadores relatam pressões diretas de líderes de setor, ameaças veladas e tentativas de desinformação interna, mentindo sobre a legalidade da greve, que já foi reconhecida pela Justiça como legítima e constitucional.
A postura da Usina tem sido agressiva, autoritária e antissindical, ignorando o diálogo e se recusando a negociar de forma justa com a categoria. A proposta do sindicato é clara: um reajuste no vale-alimentação de R$ 700 para R$ 900 — o que representaria apenas 0,0068% do faturamento da empresa, um custo irrisório diante dos lucros milionários registrados.
“É revoltante ver uma empresa que lucra bilhões perseguir quem acorda de madrugada para sustentar sua produção. Estamos diante de uma tentativa descarada de enfraquecer a luta dos trabalhadores com assédio moral e manipulação de informações”, afirma a diretoria do Sindicato dos Produtores Rurais.
Além disso, a empresa tem deturpado decisões judiciais e espalhado especulações falsas sobre a não realização da greve, numa estratégia suja de confundir e intimidar os trabalhadores — muitos dos quais têm medo de se posicionar publicamente.
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais reforça que a greve é legal, protegida pela Constituição, e todo trabalhador tem o direito de participar sem medo. A entidade já se mobiliza juridicamente para denunciar os casos de assédio e responsabilizar os diretores envolvidos.
“A Coruripe pode ter bilhões em caixa, mas quem tem a força é o trabalhador. E não vamos recuar”, conclui o sindicato.